Projeto invasão caipira chega a sua 6ª edição

Desta vez foi em Capanema, mais especificamente na caixa d’água periferia de Capanema. Comunidade que abriga grande parte das ações do ponto de cultura “fábrica de cultura popular de Capanema”, administrado pelo “grupo cultural os timbiras” e que abriga também o barracão “Canto do Curupira”, dentro das dependências da casa da walmeire Melo, presidente dos timbiras.

TecnoTrash

Após descer do palco fui assumir o meu posto na portaria, vendendo os ingressos, certa altura da noite chegou um carro de dois conhecidos meus. Que me perguntaram: qual é a da “Rocada”? Respondi no ato: não tem “Rocada” nenhuma, isso aqui é um pequeno festival itinerante, é uma festa com apresentação de algumas bandas e uma exposição do artista Lincão, mas com certeza vocês não vão ouvir somente “Rock”. Por isso este evento ta longe de ser uma pobre e nada original “Rocada”. 

E lá dentro, as bandas, o público, o clima, a música e o evento em si, denunciavam “não agüentamos mais este formato feio e inventado da Rocada”. A maratona de shows começa com o Tecnotrash, com Alex Lima substituindo Edinaldo Maciel (o tiririca) que voltou pra Goa na Índia. Já de cara o invasão caipira Capanema inicia com a bizarra mistura de tecnomelody com Rock.
 Trabalhos do Lincão
Havíamos planejado tocar de branco para projetarmos em nossas roupas projeções psicodélicas, mas na correria para organizar o festival acabou não dando tempo de preparar o projetor, mas resolvemos continuar com a idéia das roupas brancas, minutos antes de subir no palco alguém nos oferece chapéus de palhas que foram usados pelos músicos dos timbiras em uma apresentação há uns dias atrás. Os chapéus completaram o loock brejeiro.  
Doce Bárbara
Logo depois foi a vez da cantora (do município de Peixe-boi) Doce Barbara, que trouxe na banda Alex e Messias Lima, e o jovem guitarrista Marlom, uma apresentação descontraída com um pop quase perfeito, e bons momentos de distorção, Barbara, durante o show se revezou entre baixo e violão dando um dinamismo em sua performance, e olha que foi a estréia da garota em carreira solo.

Monovox
Em seguida mantendo o clima do festival quentíssimo, sobe no palco a banda Monovox, de Belém, com um show sofisticado e elegante, que convenceu e cativou o público, com a perfeição da banda, entrosada, segura e esbanjando talento e profissionalismo em canções de tirar o fôlego, destaque pra “desacelerando”, o ponto alto da apresentação da banda, no mínimo surpreendente.  
DJ. Bruno
Nos intervalos para troca de equipamento das bandas, Bruno Aleixo, ou DJ. Bruno pulverizava de vez a idéia da “Rocada”, com um repertório diversificado ao extremo, Punk, Metal, Reggae, Passado, Forró e até Melody, nessas horas, garotas bonitas corriam para frente do palco, suavam e dançavam freneticamente ao som das batidas do ritmo Paraense. Bem diferente dos marmanjos trocando socos e pontapés na famosa roda punk das “Rocadas”.
Sub-Off
Logo em seguida chega a vez da banda Capanemense Sub-off, com o seu pop de melodias intrincada  e guitarras altas, a banda mandou ver numa apresentação memorável, a evolução dos garotos do ultimo invasão pra cá, é visível. E eu adoro ver os meninos tocando “maquina do tempo”, essa canção provoca em mim sensações bacanas, na verdade eu sou super fã da banda, e sou suspeito pra falar deles. Mas acredito que ainda vão falar muito do Sub-off. 

 
Classe "B"
Quem fechou a noite foi os representantes da Caixa d’água, a banda Classe “B”. Visivelmente embriagados os garotos fizeram um showzão, pro desbunde da garotada da comunidade, que pulou, suou e vibrou durante toda a apresentação dos caras. Eles praticamente levaram à molecada a loucura, o vocalista Kleydir é uma mistura de Dinho Ouropreto endiabrado com Iggy pop. No final do show ele saiu correndo pelo gramado da casa da Wal abraçando e agradecendo a todo mundo.
No final niguém sentiu falta da banda Dharma Burns, que cancelou a apresentação no invasão caipira Capanema, na véspera do evento por e-mail. Bem que eu queria uma banda de Hardcore no lugar deles. Depois esbarrei com o Kleydir aos prantos, com a galera da banda, soube então que aquele seria o ultimo show dos meninos com Kleydir no vocal, pois ele ta voltando pra São Paulo nessa semana. 

Tudo correu bem, pra mim o evento foi perfeito, agradeço a comunidade da caixa d’água, por ter comparecido e prestigiado o evento, a mãe do Lenilso e a Avó do Natanael ambos da Classe “B”, que ficaram até o final de tudo, a galera do centro e de outros bairros que também pintaram por lá, velhos amigos que eu reencontrei no evento, a parceria com o Grupo Cultural os Timbiras, e a Wal que cedeu o barracão pro evento, e principalmente as bandas que não mediram nenhum esforço pra estarem lá, como no caso da Monovox, que veio com o Marcelo Tafarel doente e mesmo assim fizeram um puta show.

E aproveitando o gancho, em tempos de coletivos, é muito comum nos orkut’s e face books da vida, grupos discursando: “vamos divulgar o rock feito no interior”, nós fazemos “Rock” sim, e ninguém mais que a gente divulga o rock feito no nordeste do Pará pelo Brasil, coisa que já fazíamos bem antes do surgimento dos coletivos. Que fique bem claro.
Nazo Glins

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